Visualidades e sentimentos a partir da Última Ceia.
LEONARDO DI SER PIERO DA VINCI
A Última Ceia, 1495/1497
MISTA DE TÊMPERA E ÓLEO SOBRE GESSO, 460 x 880cm
Milano, Refeitório do Convento da Santa Maria delle Grazie
Obra de caráter classicamente Renascentista em que nota-se resignada gestual contemporânea à uma composição axial central em um ambiente de perspectiva exata com delicada passagem da luz à sombra em uma composição fundamentada na simetria. Um evento sereno como solicitava a alma clássica renscentista, de clareza absoluta, linear e plana, que será subvertida pelos movimentos subsequentes, do Maneirismo.
JACOPO COMIN, TINTORETTO
A Última Ceia, 1592/1594
ÓLEO SOBRE TELA, 558 x 365cm
Venecia, Igreja de San Giorgio Maggiore
Pautado em uma estética inteiramente original distanciada dos cânones clássicos renascentistas a obra, Maneirista, apresenta um evento dramaticamente distorcido pelo uso cenográfico da luz e sombra, alongamento das figuras e extensão de movimentos que ocupam o espaço de forma desigual numa sucessão de cheios e vazios com certa desvalorização do indivíduo em favor do grupo, marcado por uma clareza fechada e profunda. Reflexo de condições gerais com alguns aspectos formais que iriam caracterizar o Barroco.
Michelangelo Merisi da Caravaggio
A Ceia de Emmaus, 1601
ÓLEO SOBRE TELA, 141 x 196cm
London, National Galery
Obra Barroca, em que a profundidade da luz e sombra toma caráter psicológico, com certa dramaticidade, produto de uma condição experimentada no Maneirismo, onde o capricho no detalhamento converge para uma ostentação e proliferação de elementos decorativos. Composições novamente equilibradas, completas de um movimento sereno aproximando-se inequivocadamente de uma condição profundamente sensorial e naturalista.
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