segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Um Pouco de Arquitetura

Arquitetura e Igrejas

Em Teologia in Stone, Richard Kieckhefer analisa as chamadas casas de culto, fazendo uso de diversos exemplos históricos de relevância contemporânea.

Em quatro capítulos Kieckhefer trata dos elementos básicos da igreja de acordo com a arquitetura global do espaço, o uso de um altar ou púlpito, como um foco de centralização, a estética do design da igreja, e as funções dos símbolos sacros.  Traz três estudos históricos: igrejas da Inglaterra medieval, igrejas em estilo revival da América, e igrejas da Alemanha moderna do século XX.  Concluindo com uma análise acerca de uma nova teologia da arquitetura da igreja.

KIECKHEFER, R. Teologia in Stone. Oxford University Press, 2004. 390 p.



sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Um Pouco de Arquitetura

Villa Giulia

Palácio localizado em Roma, na área conhecida como Vigna Vecchia (Vinha Velha), na encosta do Monte Parioli, construído no século XVI (1551-1553) para o Papa Julio III, segundo o projeto de Jacopo Barozzi da Vignola, com a participação de Bartolomeo Ammanati, Giogio Vasari e até Michelangelo.

Por sua estrutura, combinando linhas retas e curvas em seus pátios é considerado um dos exemplos mais importantes e puros da arquitetura Maneirista por empregar de modo interessante as ordens clássicas além da perfeita combinação de retas e curvas que integram o edifício aos jardins internos.  Abriga desde o início do século XX o Museu Nacional Etrusco.

Museo Nazionale Etrusco





Giacomo Barozzi da Vignola
Villa Giulia, c. 1550-1555.  Roma, Itália.  Vista do pátio interno da Villa Giulia
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/





  
Giacomo Barozzi da Vignola
Villa Giulia, c. 1550-1555.  Roma, Itália
Gravuras representativas do projeto da Villa Giulia.
Fonte: http://www.unav.es/

Um Pouco de Arquitetura

Tempietto de San Pietro in Montorio

Marco da arquitetura do Alto Renascimento, um tributo aos templos clássicos da Roma antiga, concluída por Donato Bramante - Donato di Angelo del Pasciuccio (Urbino, 1444, Roma, 1514 - Grande estudioso da  geometria de desenho de perspectiva, em muito influenciou a obra de Michelangelo e Rafael).  Executado a pedido do Papa Julio II, entre 1502-1510, situa-se no pátio de San Pietro in Montorio, julgado local do Circo de Nero, onde foi martirizado e crucificado o apóstolo Pedro, marcando o exato local da cruz da São Pedro.

Edifício puramente monumental, um “Pequeno templo” de forma circular que lembra as martyria cristãs (capelas erguidas no local de martírio dos santos), com planta totalmente simétrica.  Consiste de um centro cilíndrico de dois andares, enquadrado em um anel de colunatas dóricas de granito assente sobre plataforma de três degraus, que chegam ao primeiro andar; um friso clássico e belíssima balaustrada, coroado por um domo semicircular.  O andar superior recua em relação a sua balaustrada, com janelas que alternam entre nichos retangulares e semicirculares, janelas que iluminam o interior, com a luz que penetra por uma abertura no domo.  Entre 1543 a 1549 foi incluída uma capela subterrânea, construída em a pedido do Papa Paulo III.

Bramante dedicou-se ao exterior do monumento, quase não decorando o interior.  Como um memorial clássico cristão, internamente branco, apresenta nichos alternados aos externos, com estátuas da escola de Bernini.  Apesar das pequenas proporções, tem a grandeza e rigor dos edifícios clássicos.




DONATO DI ANGELO DEL PASCIUCCIO   BRAMANTE
Tempietto, San Pietro in Montorio, 1502. Roma, Itália.  Vista geral do edifício
Fonte: cprcalahorra.org.



DONATO DI ANGELO DEL PASCIUCCIO   BRAMANTE
Tempietto, San Pietro in Montorio, 1502.  Roma, Itália.  Desenho do edifício atribuídos a Donato Bramante.
Fonte:  http://www.vitruvio.ch



DONATO DI ANGELO DEL PASCIUCCIO   BRAMANTE
Tempietto, San Pietro in Montorio, 1502. Roma, Itália. .  Desenho da Elevação e seção do conjunto Igreja-Tempietto.
Fonte: http://www.pitt.edu:  http://www.pitt.edu/




DONATO DI ANGELO DEL PASCIUCCIO   BRAMANTE
Tempietto, San Pietro in Montorio, 1502. Roma, Itália. Detalhe da colunata, capitel.
Fonte: http://www.bluffton.edu



DONATO DI ANGELO DEL PASCIUCCIO   BRAMANTE
Tempietto, San Pietro in Montorio, 1502. Roma, Itália.
Vista geral do interior.
Fonte: http://www.bluffton.edu

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Artistas

Franz Post

Franz Janszoon Post (Haarlen, 1612 e Haarlen, 1680), membro de família de artistas, tinha no pai Jan Post pintor de vitrais e no irmão Pieter Post pintor e arquiteto, cuja formação, acredita-se, foi permeada pelo próprio irmão (perdera o pai aos dois anos de idade) e pelo mestre desse, Salomon de Bray, podendo ainda ter na época freqüentado o ateliê de Salomon van Ruysdael e Pieter Molijn, que em muito influenciaram sua produção artística, comparada as de Esaias van de Velde e Jan van Goyen.

A convite do Conde João Maurício de Nassau (1604-1679) já com 24 anos de idade, reside em Recife  Palácio das Torres  entre 1637 e 1644, desenvolvendo a atividade de documentarista da paisagem e suas condicionantes que comporiam o Rerum per octennium in Brasilia, cujas ilustrações seriam de fato realizadas já no regresso à Holanda, ainda sob os auspícios do Conde Nassau.  Além do visionário brasileiro, produz grande quantidade de material iconográfico em visitas a outros recantos sob domínio da Companhia das Índias Ocidentais  África.  No seguimento de sua vida artística, passa a integrar a confraria de pintores de Haarlen, tendo supõe-se ter visitado Paris e Londres e realizado obras que retratariam a paisagem local.



FRANZ POST
Forte Frederick Hendrik, c. 1640.
ÓLEO DOBRE TELA, 66 x 88cm. Recife, Instituto Ricardo Brennand.

Retrata uma paisagem pernambucana, tendo ao fundo a fortaleza erguida por Diederick van Waerdenburch, na antiga ilha de Antônio Vaz. Única das sete obras remanescentes pintadas in loco por Frans Post em Pernambuco e atualmente conservada no Brasil.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Reflexões

O Renascimento, o Maneirismo e o Barroco.
Visualidades e sentimentos a partir da Última Ceia.



LEONARDO DI SER PIERO DA VINCI
A Última Ceia, 1495/1497
MISTA DE TÊMPERA E ÓLEO SOBRE GESSO, 460 x 880cm
Milano, Refeitório do Convento da Santa Maria delle Grazie

Obra de caráter classicamente Renascentista em que nota-se resignada gestual contemporânea à uma composição axial central em um ambiente de perspectiva exata com delicada passagem da luz à sombra em uma composição fundamentada na simetria.  Um evento sereno como solicitava a alma clássica renscentista, de clareza absoluta, linear e plana, que será subvertida pelos movimentos subsequentes, do Maneirismo.



JACOPO COMIN, TINTORETTO
A Última Ceia, 1592/1594
ÓLEO SOBRE TELA, 558 x 365cm
Venecia, Igreja de San Giorgio Maggiore

Pautado em uma estética inteiramente original distanciada dos cânones clássicos renascentistas a obra, Maneirista,  apresenta um evento dramaticamente distorcido pelo uso cenográfico da luz e sombra, alongamento das figuras e extensão de movimentos que ocupam o espaço de forma desigual numa sucessão de cheios e vazios com certa desvalorização do indivíduo em favor do grupo, marcado por uma clareza fechada e profunda.  Reflexo de condições gerais com alguns aspectos formais que iriam caracterizar o Barroco.




Michelangelo Merisi da Caravaggio
A Ceia de Emmaus, 1601
ÓLEO SOBRE TELA, 141 x 196cm
London, National Galery

Obra Barroca, em que a profundidade da luz e sombra toma caráter psicológico, com certa dramaticidade, produto de uma condição experimentada no Maneirismo, onde o capricho no detalhamento converge para uma ostentação e proliferação de elementos decorativos.  Composições novamente equilibradas, completas de um movimento sereno aproximando-se inequivocadamente de uma condição profundamente sensorial e naturalista.

Coração

Coração das Palavras
Mário Eduardo Viaro

Analisemos mais de perto a palavra latina cor.  Seu radical é, na verdade, cord- e provavelmente era assim que se pronunciava num período arcaico do latim, tendo perdido a última consoante (*cord > cor). Prova disso é o plural de cor, a saber, corda, apenas para citar um caso da flexão da palavra.  Daí quando dizemos que alguém é cordial, queremos dizer que suas atitudes provêm do coração.  A palavra não existia entre os antigos, mas desenvolveu-se na Idade Média.  Concordar com alguém é partilhar do mesmo coração, isto é, das mesmas idéias e sentimentos; discordar, por sua vez, é o movimento contrário. Os dois verbos já existiam em latim: concordare/discordare. Quantos pares de palavras assim não se formaram a partir desse prefixo com- que reúne, concilia, congrega e dis- que espalha, dissipa, dispersa: convergir / divergir, compor / dispor, contribuir / distribuir etc. Quando todos concordam, há concórdia, quando todos discordam, há discórdia

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

O Olhar

Leituras de Imagens

Podemos ler uma obra de arte de diversas formas, treinando o nosso olhar sobre as mesmas, segundo diversos métodos.  Uma proposta interessante pode ser vista em Edmund Burke Feldman.